Broken Flowers - Flores Partidas
Aparece nas nossas salas já com o carimbo do prémio ganho em Cannes e tendo como actor principal o Bill Murray (sem dúvida, o protagonista do maior "comeback" cinematográfico desde o John Travolta no Pulp Fiction).
A história tem um ritmo e feeling especial, com um humor discreto e suave, e o desfile daquela América profunda e das antigas namoradas de Don é de alguma forma encantatório.
Tudo tem no entanto um sabor a "improvável", desde a placidez/preguiça de Don até às sucessivas situações em que encontra as suas antigas conquistas, o que não nos deixa mergulhar verdadeiramente no filme.
Em jeito de conclusão, apenas uma verdadeira desilusão: o final. Se calhar, para muita gente, faz sentido e até "está na moda". Quanto a mim, pareceu-me apenas um beco sem saída, de um cineasta/argumentista que não foi capaz de decidir...
Sinopse: Don Johnston (Bill Murray, novamente a vestir a pele de palhaço triste que já lhe conhecíamos dos magníficos papéis em "Lost in Translation" e "Um Peixe Fora de Água") é um especialista em computadores (à custa deles enriqueceu) e um "Don Juan maladroit" no que diz respeito a mulheres. A sua última namorada está farta dele e abandona-o. É aí que recebe uma carta anónima, de uma antiga namorada que lhe confessa que Don é pai e que o filho adolescente resolveu ir à sua procura. Incentivado pelo seu vizinho, com espírito de detective, Don, meio contrariado, decide procurar as prováveis mães desse filho, num périplo que o levará a reencontrar as suas antigas paixões e a perceber a solidão em que se tornou a sua vida.