terça-feira, novembro 01, 2005

Hayao Miyazaki

Este será seguramente o título mais estranho de todos os posts que até agora por aqui apareceram.
O nome (porque é um nome) não deve, à primeira vista, dizer nada à maior parte de vós. Mas se mencionarmos a Heidi, o Marco ou "Conan, o Rapaz do Futuro", mais o seu inseparável companheiro Jimsy, haverá seguramente muitos trintões que começarão a esboçar um sorriso saudosista. Nos dois primeiros ele era ainda desenhador e "cenográfo", enquanto no caso de Conan era já o realizador.
O post vem a propósito do seu mais recente filme, "O Castelo Andante", em exibição nos cinemas, e de "A Viagem de Chihiro", este disponível em DVD, numa Edição Especial bem recheada de extras.
Em qualquer deles, reconhecemos o traço a que nos habituámos nas séries que nos encantaram nos anos 70 e 80, mas ainda mais refinado e com uma imaginação que parece não ter limites..
Embora por vezes "disfarçados" com vestes e personagens ocidentais (como já o eram Heidi ou Marco), os filmes apelam claramente ao imaginário fantástico japonês (povoado de Deuses e Feiticeiros) e em ambos os casos relatam a história de personagens infantis ou juvenis a braços com acontecimentos que ultrapassam o nosso universo "terreno".
Em O Castelo Andante, Sophie é uma adolescente que vive num reino situado algures entre a época victoriana e um sonho de Júlio Verne. Esta vê a sua vida virada do avesso quando se cruza com o belo feiticeiro Howl. Em consequência desse encontro, é transformada numa velha de 90 anos pela ciumenta Bruxa do Nada, que pretende possuir (literalmente) o coração de Howl. Como devem adivinhar, o restante do filme é uma aventura no sentido de quebrar essa maldição, com a bondade irredutível de Sophie a vencer no final e a ajudar a trazer paz ao reino, entretanto envolvido numa guerra medonha.
E se o Castelo Andante é de uma candura e beleza fantásticos, já A Viagem de Chihiro (Spirited Away, na versão Inglesa) é uma absoluta obra-prima. Vencedor do Óscar para o Melhor Filme de Animação em 2002, tem um argumento muito mais robusto e uma animação onde não se consegue encontrar uma única falha. Depois de se enganarem num caminho e irem parar ao que parece ser um parque temático abandonado, os pais de Chihiro comem uma refeição que era destinada aos Deuses, pelo que são transformados em porcos. Para os salvar, ela terá que navegar pelo mundo dos espíritos e passar por uma série de aventuras, descobrindo capacidades que não pensava possuir. E mais não conto. Apenas digo: uma história e um filme lindíssimos.
Outros filmes a destacar da filmografia de Hayao Miyazaki: Princesa Mononoke e Porco Rosso.