Pátria (Fatherland)
Estamos em 1964, em Berlim, e a cidade prepara-se para uma grande efeméride: daí a uns dias será o 75º aniversário do Führer, Adolf Hitler.
Mas... esperem lá! Como é que é? Hitler? Em 1964?!?
Mas... esperem lá! Como é que é? Hitler? Em 1964?!?
Pois, é exactamente este o ponto de partida do livro de Robert Harris, um thriller policial disfarçado de romance histórico. A Alemanha ganhou a Segunda Guerra Mundial, domina um império que se estende para Leste até aos Urais e conta para Oeste com uma Comunidade Europeia conivente e rendida à hegemonia teutónica. Neste universo alternativo, até mesmo os Estados Unidos se apresentam como possível nação "amiga", embora continuem a dar algum apoio aos Russos, por debaixo do pano.
Mas o império está a sofrer grandes revezes no Leste (que continua a resistir à ocupação) e o corpo nu de um alto funcionário do partido nazi aparece num lago dos subúrbios. Xavier March, inspector da Kripo (Kriminal Polizei), fica encarregado de investigar este caso.
Na aventura que se segue, este vai descobrindo dentro do partido uma teia cada vez mais intrincada que o leva a pôr (ainda mais) em causa a sua confiança no Estado. E a questionar de forma cada vez mais veemente o que aconteceu aos judeus, supostamente "evacuados" para Leste, mas de quem ninguém mais ouviu falar.
O livro é historicamente correcto até cerca de 1942 e baseia-se inclusive em alguns documentos oficiais e conhecidas personagens do regime nazi. Mas acaba por ser principalmente um excelente policial que nos prende do princípio ao fim, para terminar, como não podia deixar de ser, de forma algo inesperada.
A ler, decididamente.
Bertrand Editora (edição original de 1992)
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